Eu queria poder gostar só de quem me faz bem. Queria conseguir digerir críticas, queria poder não me importar se dizem que eu sou gorda, magra, feia ou bonita. Queria que não me importar fosse uma decisão, e não um reflexo meu. Queria ser mais calma e menos carente, queria também não ser tão impotente.
Mas essa impotência toda só me faz o contrário. Só me faz sentir falta, só me faz chorar por motivos inúteis. Só faz me entregar a coisas fúteis. Só me faz escutar demais, só me faz trazer o mal pra mais perto, querendo transformar em bem. Querendo sorrir também. Para ver o interior, o amor. Ver se, de fato, existe o amor.
Ou não.
Ser importante ao invés de me importar, atender e não ligar, receber sem dar. Beijos sem amasso, olhar sem pensar no tamanho da cama, continuar com o interior.
Queria ser mais forte, mais crente, queria ignorar sem chorar.
*Texto escrito numa das crises de choro. Na verdade, eu não sei o que é mais confuso: ser adolescente ou ser mulher. Os dois são horríveis, eu acho.
Ser isso com problemas de auto-estima então. BINGO, terei problemas sempre. Legal a vida.